sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Todo ato de amor e prazer são meus rituais


Algumas uniões sexuais promovem mudanças tão profundas no homem, tanto internas quanto mundanas, que ele deixa de ser o mesmo para sempre. Tudo se quebra em torno dele e seu mundo parece acabar. Mais tarde, ele desfruta um novo modo de vida como se fosse quase outra pessoa. A mudança se torna abrangente e inteira de tal forma que é como se ele reencarnasse sem precisar morrer fisicamente. A paixão homossexual também é capaz de promover mudanças pessoais e coletivas tão profundas quanto a paixão heterossexual.

A escolha do parceiro ou a parceira ideal fará parte dessa troca de energia que mudará o seu ser, a sua alma para sempre.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Messagem Terapêutica


Esse é o trabalho corporal mais incrível que eu já recebi. Botarei vocês na mão do melhor profissional-mestre de massagem terapêutica.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Ser é o seu eu interior mais profundo


O corpo pode se tornar um ponto de acesso para o domínio do Ser.


"Água? O que você quer dizer com isso? Não estou entendendo nada." É o que o peixe diria, se tivesse uma mente humana.

Por favor, pare de tentar entender o Ser. Você já teve lampejos significativos do Ser, mas a mente vai sempre tentar espremê-lo dentro de uma caixa e colocar-lhe um rótulo. Isso não dá certo. O Ser não pode se tornar um objeto de conhecimento. No Ser, o sujeito e o objeto formam uma coisa só. O Ser pode ser sentido como o eternamente presente EU SOU, que está além do nome e da forma. Sentir e, em consequência, saber que você é e permanecer nesse estado profundamente enraizado é o que se chama iluminação.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Gita - Raul Seixas


Homenagem ao grande ocultista Raul Seixas

Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho

"Eu que já andei
Pelos quatro cantos do mundo
Procurando
Foi justamente num sonho
Que Ele me falou"
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar...
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou..
Gita! Gita! Gita!Gita! Gita!
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...
Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...
Gita! Gita! Gita!Gita! Gita!
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...
Euuuuuu!
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
O início, o fim e o meio
Euuuuu sou o início
O fim e o meio
Euuuuu sou o início
O fim e o meio...

sábado, 24 de julho de 2010

Técnicas


Acorde tranquilamente, respire bem devagar e comece a pensar nos sonhos que você teve durante a noite. Esqueça por um momento os problemas e o percurso difícil que você terá pela frente.
Tome um banho, imaginando uma cachoeira sobre você. O poder da mente é sensacional. Isso é magia.
Se quizer se livrar, durante o dia, das energias nocivas, passe uma essência de jasmim nos sete Chakras, caso queira olhares atrativos, Almíscar ou Patchouli seria ideal.
Sua manhã começará diferente. Roupas limpas e cheirosas são necessárias, muda a radiestesia do corpo.

Elimine todo tipo de sujeira (físico, psíquico e espiritual). Olhe o mundo por um ângulo diferente, um pouco mais saudável. No seu almoço, coma "cores" que você mais necessita, por exemplo, se você precisa de cura interna, dê preferência aos legumes verdes. Nada melhor, que trazer a técnica de Cromoterapia pra dentro de você. Lembra? Você é aquilo que você come. Você só atrai aquilo que você deseja. Filosofia de banca de jornal? Pode até ser, mas que funciona, ah funciona.
Quer ter um sono tranquilo? Evite os aparelhos eletrônicos perto da sua cama, coloque ametistas ou um quartzo para equilibrar a sua "mesa radiônica".
Traga trigos para sua casa, coloque na mesa da cozinha. Atrai prosperidade. É sempre bom que não falte né.
Seja você mesmo, o seu próprio Altar e não esqueça que a Deusa habita dentro de você. Então, não se maltrate!!! O caminho é somente seu, tá pronto pra mudar?




quarta-feira, 7 de julho de 2010

Feliz...


Hoje acordei como um filho da Deusa deveria acordar sempre.
Saudei o Sol em seu mais belo brilho e caminhei pela terra fresca
Tomando de encontro os meus Ancestrais
Essa é a teia da vida, a matriz divina ou a teia de Aracne
Cada célula do meu Ser respirando o altruísmo
Minha união com a Deusa sendo uma só.
Nossas energias sendo divididas
Um Elo de Amor e Coragem
Encontrar o Coven certo e ideal para você, não é aquele que te ensina poções e feitiços para destruir a vida de alguém.
Não é aquele que te faz acreditar na riqueza. Os Deuses não são materialistas.
Pode ter certeza que esse não é o caminho do Altruísmo e sim do Egoísmo.
Um Coven é; e sempre foi uma família feliz. Viver esse momento de felicidade não tem preço. E realmente o Mastecard não poderá pagar. NUNCA.
Ande pelas ruas e sorria, sinta-se mais conectado com a Natureza. Respeite-a. Sinta as energias das árvores, das pedras e veja que os pequenos detalhes que sempre esteve a sua volta, passa a fazer parte de você, como fez um dia.
Faça essa “regressão” pessoal e sinta-se o filho da Deusa. Nada, nem ninguém entrarão em contramão na sua vida. Ameaçando-te, praguejando etc. Sabe por quê? Porque pra você será indiferente, não tem a menor importância. Basta acreditar em você e saber que quando nós temos VONTADE, só não conseguimos aquilo que não queremos ter.
Saia do igual, e seja você mesmo. Não importa o quão diferente seja.
O que importa realmente é que você esteja feliz, hoje e sempre.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Copérnico publicou, em agonia, o livro que fundou a astronomia moderna. Três séculos antes, os cientistas árabes Muhayad al-Urdi e Nasir al-Tusi tinham gerado teoremas que foram importantes no desenvolvimento dessa obra. Copérnico usou-os, mas não os citou.
A Europa via o mundo olhando-se no espelho.
Além dela, o nada.
As três invenções que tornaram possível o Renascimento, a bússola, a pólvora e a imprensa, vinham da China. Os babilônios tinham anunciado Pitágoras com mil e quinhentos anos de antecipação. Muitos antes que qualquer um, os hindus tinham sabido que a terra era redonda e havim calculado a idade dela. E muito mais que ninguém, os maias haviam conhecido as estrelas, os olhos da noite, e os mistérios do tempo.
Esses detalhes não eram dignos de atenção.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Oferenda aos Deuses

Em qualquer parte que nossos ancestrais da era osiriana procurassem, eles encontrariam uma representação do drama do Deus Moribundo. O fazendeiro observava os efeitos fertilizantes do sangue e da carne sacrificada sobre o solo, que as sementes (vindas de planta vivas, durante o verão e o outono) poderiam morrer e ser enterradas durante os meses do inverno e que, então, milagrosamente, ressuscitariam como novas plantas na primavera, Era uma verdade óbvia e inescapável: sem morte não existe vida.

O Sol não morria a cada noite e a cada inverno de modo que pudesse renascer? A semente não se oferecia à Terra de modo que pudesse ressucitar como uma nova planta? Após a ejaculação, o pênis não sacrifica sua potência para fertilizar o óvulo e perpetuar a raça?
A vida a partir da morte era um fato e, para assegurar que as bençãos da vida continuassem a vir da morte, nossos ancestrais da era osiriana acreditaram que deveriam tomar parte ativa no grande ritual de vida/ morte. Com essa finalidade, rumaram aos cumes das montanhas e aos mais altos lugares. Juntaram pedras, construíram altares e ofereceram sacrifício aos deuses.

A fórmula do sacrifício nasceu da crença equivocada de que o Sol sobe pela manhã e desce ao anoitecer. A morte do Sol é meramente uma ilusão de ótica, um deslocamento de sombra.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Longe dos olhos de “Lilith”


Todos os verdadeiros discípulos, os grandes mestres e os verdadeiros magos, um dia, farão do silêncio a verdadeira religião. Já dizia Dion Fortune. Antes é preciso de um desabafo; de coerência e coesão. É preciso abrir os olhos de quem ainda não conseguiu ver, o que não há por trás da penumbra.
Se disserem pra vocês que o caminho mágico (wicca) é triste, doloroso, árduo. É mentira! O verdadeiro caminho oculto é cheio de transformações prazerosas, de realizações fantásticas. Basta fazer com que essa trilha seja respeitada e que esse respeito seja mútuo, entre você e os Deuses.
Chega de falsas mestras, chega dessas picaretas que vendem os augúrios das trevas pra alimentar a si mesmo. Que vendem o amor perfeito entre o Deus e a Deusa, magia sexual, num colchão sujo, velho e todo rasgado. Aquela orgia generalizada entre “discípulos”, que mal tem o dinheiro do seu próprio vício. Ou daquela discípula, que nada fez pra mudar o seu destino e nem o destino do outro, e nada irá fazer.
Oh Lilith-Lilian, o seu preço é somente, a pena de todos. Quer dizer, o seu preço é tão alto, louco, inútil, que não tem nada de ritualístico, e sim, do seu próprio Shopping Center, do seu Ego preenchido, e quem sabe. erguido.
O que falta pra essas “Lilith” sem nome, é um pouco de vergonha na cara e humildade. Falta, olhar no espelho, e que não seja da Deusa (por favor), e ver que o percurso não valeu de nada, quando a alma é pequena e o talento pra ganhar dinheiro é menor ainda.
O susto acabou e o medo dissipou. Há muitas “plumas e paetês” no meio do NADA, simples assim.
Acredite, o Sacerdócio íntegro estão longe de intrigas, mentiras no vão da escuridão. Quase caio totalmente nesse fantástico mundo corrupto. Perdi amigos, criei ilusões fantasmagóricas, “maltratei” minha mente e meu santo corpo. Tudo isso pra fortalecer e transcender sobre o Círculo dos Dragões. Banalidade total.
Acredito em todo tipo de mudança, principalmente religiosa. Hoje, faço parte e sou responsável por um Coven que me fez mostrar que tudo pode ser diferente, que todos continuarão, por mais simples que seja seu modo de vida, voando por mares Atlânticos perdidos e ainda desconhecidos, reencontrando com a sua verdadeira crença ancestral, o que nenhum homem mortal, um dia, possa nos dar.

Texto dedicado a essas pessoas que fazem uma verdadeira mudança: Lidiane Nunes, Felipe Sá, Nonato Moraes, Nívea Moraes, Josie Lopes, Jussara Gabriel, Roberta Trajano, Edwigens Pimentel, Karen Adalgisa, Rafael Cherullo entre outros que estão conectados a essa imensa teia.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O corpo fala


- Posso ver pelos seus joelhos que você não tem transado muito ultimamente.


- Por quê? - perguntei - Porque eles estão muitos juntos? Ela riu.


- Não...é a cartilagem. Muito seca. Hormônios do sexo lubrificam as articulações.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Intuição


Nem a visão, nem o ouvido, o tato, o olfato ou o paladar podem nos revelar a verdade espiritual ou sua harmonia; por isso tal revelação só pode nos acontecer através de outra faculdade, a intuição, que atua pelo sofrimento.
O instinto que nos faz optar por aquilo que conhecemos equivale ao instinto de sobrevivência no mundo selvagem. Boa intuição dispensa informações. Nosso cérebro vê mais do que nossos olhos. Inteligência é fazer apostas, correr riscos.
Na cristalomancia, a Amazonita acalma e nos ajuda a filtrar as informações e associá-las à nossa intuição. É a pedra dos comunicadores. Traduz poder e prosperidade.

sábado, 22 de maio de 2010

Albert Einstein


"Quem decidir se colocar como juiz da Verdade e do Conhecimento é naufragado pela gargalhada dos Deuses".

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tá sofrendo, por quê?



Alguns ensinamentos espirituais dizem que todo sofrimento é, em última análise, uma ilusão, e isso é verdade.
Acreditar simplesmente não transforma nada em verdade. Você quer sofrer para o resto da vida e permanecer dizendo que é uma ilusão? Será que essa atitude livra você do sofrimento? O que nos interessa aqui é o que podemos fazer para vivenciar essa verdade, ou seja, torná-la real em nossas vidas.


Aceita e reconheça o sofrimento dentro de você. Aceita que ele esteja ali. Não pense a respeito. Não permita que o sentimento se transforme em pensamento. Não julgue nem analise. Não se identifique com o sentimento. Esteja presente e observe o que está acontecendo dentro de você. Perceba não só o sofrimento emocional, mas também a presença "de alguém que observa", o observador silencioso. Esse´é o poder do Agora, o poder da sua própria presença consciente. Veja, então, o que acontece.

Viva o Agora, não o que já passou ou o que ainda estar pra acontecer.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Gwynn ap Nydd e os dragões mágicos


Gwynn significa "dragão vermelho", e vermelho é o dragão que atualmente figura como símbolo do condado de Somerset, da mesma forma que foi o emblema do rei Arthur e o de Gales. Na cromoterapia, o vermelho está ligado ao entusiasmo, a dominação, a sensualidade e também a agressividade, além de energizar as células. Na magia, é a cor do Sacerdócio.
Essa figura também se identifica, em antigos textos, com o Mabinogion que controla essa terra durante os meses escuros do ano, enquanto os luminosos estariam controlados, em contrapartida, por Gwythyr ap Greidyaw, representado por um dragão branco. Ambos lutaram e revelram-se nas festas de Beltane e Samhaim. Curiosamente, os dois mananciais de Glastonbury têm águas vermelhas (Chalice Well) e águas brancas (White Spring).

Em outras palavras, o discípulo passam por 12 provas em seu caminho espiritual, como parte de um desenvolvimento interno; passando por essas doze provas, o discípulo e o dragão vermelho fundi-se em único ser, tornando-se assim a figura mágica de Taliesin, o Deus da Sabedoria Primordial.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Hipotálamo


Essa glândula interessa ao discípulo por representar o ponto de concentração, no tecido físico, das energias do Chackra Frontal. É na região do hipotálamo que se localiza um dos sete centros da cabeça que se abrem na iniciação. A origem do hipotálamo está ligada filogeneticamente com a Atlântida. O hipotálamo é parte do sistema límbico. Uma vez estimulado, pode agravar no homem a sensação de fome, o desejo sexual, a necessidade de segurança e de uma experiência nova. Bom, falar sobre o hipotálamo é história pra muito tempo, o desenvolvimento espiritual, seja de qualquer religião, requer disciplina e um "planejamentó" íntimo, com o seu Deus. Conhecer o seu corpo e as vias que os conectam a Divindade é o primeiro passo para o equiíbrio perfeito. O hipotálamo é extremamente sensível à mudança na irrigação sanguínea, sabendo-se disso tudo muda. Pra quem sabe ler um pingo é letra né. O primeiro passo que um Sacerdote, após seus sete anos, em dedicação com os seus Deuses, deverá saber é como usar o hipotálamo ritualisticamente, já que o hipotálamo controla as atividades viscerais de muitos órgãos, tais como o controle da temperatura, a secreção das glândulas endócrinas etc.

sábado, 24 de abril de 2010

Ritualisticamente falando



O ritual é a imitação dos cliclos reincidentes da vida, mas com um ingrediente a mais: o significado. O que para o mundo é rotina para nós é drama. Crime, culpa, expiação, salvação.


O ritual ao mesmo tempo que nos conforta com significados, tambem reitera a gratuidade do drama que no fim não significa nada, pois tudo recomeça. Mas dá outra lição também, a principal: que é preciso ir até o fim. Não importa se o que você busca no fim é a salvação da sua alma ou a confirmação de que nada significa nada, é preciso ir até o fim.


"Coisas vivas comem coisas mortos, ou semivivas, e as metabolizam para viver."

terça-feira, 20 de abril de 2010

E assim surgiram todas as coisas...




"No momento infinito, antes de tudo,
a Deusa levantou-se do Caos e deu
nascimento a Ela mesma.

Isto foi antes de qualquer coisa ter nascido,
até Ela própria. E quando separou os céus das águas,
Ela dançou sobre elas.

Conforme Ela dançava, assim aumentava Seu êxtase
e em seu êxtase Ela criou tudo o que existe.


Seus movimentos provocaram os ventos e assim
o elemento Ar nasceu e respirou, e a Deusa
nomeou a Si mesma de:
Arianrhod, Cardea e Astarte.

E faíscas saiam de seus pés conforme Ela dançava
e brilhavam como o Sol, e as estrelas se prenderam em Seus
cabelos. s cometas passavam sobre Ela e assim o elemento
Fogo nasceu e a Deusa nomeou a Si mesma de:
Sunna, Veste e Pele.


Sob os Seus pés moviam-se as águas formando ondas e assim
os rios e lagos passaram a fluir e Ela nomeou a Si mesma de:
Binah, Mari Morgaine e Lakshmi.


E procurando descansar seus pés na dança,
produziu a Terra de modo que as margens dos rios
e mares fossem os Seus pés; as terras férteis, o Seu ventre;
as montanhas, os Seus seios fartos e Seus cabelos, todas as
coisas que cresem, e a Deusa nomeou a si mesma de:


Ceriwen, Deméter e Mãe do Milho.
E Ela se tornou Aquela que é, foi e será,
nascida de Sua própria dança sagrada,
do prazer cósmico e da alegria infinita.


Ela sorriu e criou a mulher à Sua própria imagem,
para ser a Sua Sacerdotisa.
De seus elementos - Terra, Ar, Fogo e Água -
a Deusa criou o Seu Consorte para lhe dar amor,
prazer, companheirismo e para compartilhar.


A Deusa falou então aos Seus filhos:
- Eu Sou a Lua que iluminará
os seus caminhos e revelará os seus ritmos.
- Eu Sou a Dançarina e a Dança..
- Eu Me movo sem movimento.
- Eu Sou o Sol que dá calor
para germinar e crescer.
- Eu Sou tudo o que será.
-Eu Sou o vento que virá ao seu chamado
e as águas que oferecem a alegria.
-Eu Sou o Fogo
da dança da vida
e a Terra abaixo de seus pés dançantes.
- Eu dou a todas as minhas Sacerdotisas
os três aspectos que são Meus:


-Eu sou Ártemis, a Donzela dos animais
e a Virgem da caça.
- Eu sou Ísis, a Grande Mãe.
- Eu sou Ngame, a Deusa ancestral que sopra a mortalha.
-Eu serei chamada por milhões de outros nomes.
-Chamem por Mim, minhas filhas, e saibam que eu Sou
Nêmesis. Nós todas somos Donzelas, Mães e Anciãs.

-Oferecemos nossa energia criada ao espírito das mulheres que foram, ao espírito das mulheres que virão e ao espírito das mulheres que crescerão.


- E assim iremos evoluir juntos".




Mito Diânico da Criação

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Diabruras


Vênus apareceu, certa manhã, na cidade de Siena. Foi encontrada deitada, nua, ao sol.
A cidade rendeu honras a essa deusa de mármore, enterrada em tempos do império romano, que havia tido a gentileza de surgir do fundo da terra.
Foi oferecida a ela, como residência, a cabeceira da principal fonte.
Ninguém se cansava de vê-la, todos queriam tocá-la.
Mas pouco depois chegaram a guerra e seus espantos, e Siena foi atacada e saqueada. E na sua sessão do dia 7 de novembro de 1357, o Conselho Municipal decidiu que a culpa era de Vênus. Por castigo pelo pecado de idolatria, Deus tinha mandado aquela desgraça. E o Conselho mandou destroçar Vênus, que convidava à luxúria, e determinou que seus pedacinhos fossem enterrados na odiada cidade de Florença.
Em Florença, cento e trinta anos depois, outra Vênus nasceu, da mão de Sandro Botticelli. O artista pintou-a enquanto ela brotava da espuma, sem outra roupa que a pele.
E uma década mais tarde, qunado o monge Savonarola ergueu sua grande fogueira, dizem que Boticelli, arrependido dos pecados de seus pincéis, alimentou as chamas com algumas diabruras pintadas em seus anos juvenis. Com Vênus, não conseguiu.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ísis e Anúbis


Texto dedicado ao meu grande amigo Nonato, por ter se "doado" e aberto portais subconscientes jamais vivenciados pela raça humana.
O culto a Anúbis prevaleceu no Egito por causa de sua associação muito próxima com as divindades de Osíris. Alguns de seus ritos pode ter originado de outra divindade com cabeça de chacal, Wepawet.
Muitos templos greco-romanos dedicados a Ísis e Serápis às vezes também reconheciam Anúbis como divindade de cura. Qunado os autores greco-romanos desacreditaram os deuses egípcios com cabeça de animal, eles falavam geralmente de Anúbis, que atraía grande número de devotos e era quase sempre incluído com proeminência nas procissões de Ísis.
Seu culto no império romano era tão comum em algumas regiões que um futuro imperador, Domício, escapou da morte vestindo o manto de um dos sacerdotes de Anúbis para poder passar tranquilamente pela multidão irada.
Anúbis, conhecido como Anupu na língua gípcia, ajudou Ísis em Sua busca pelo corpo de Osíris, e acredita-se que criou, junto com ela, a arte de embalsamar. No submundo ele toma conta daqueles que morreram há pouco tempo, e é frequentemente representado guiando os mortos até a Sala de Julgamento, presidida por Osíris. Ele é também parte essencial da cerimônia da "Abertura da Boca" e, originalmente, fornecia o ferro mágico necessário ao enxó ritualístico

Representações físicas: Anúbis é na maioria das vezes representado com corpo humano e cabeça de chacal, ou na forma completa de um chacal ou cão. Pode ser representado vestindo o traje de um centurião romano. A forma de Anúbis é uma energia poderosa e protetora, e pode ser conectada como um guia em explorações astrais e também para novos conhecimentos. Sua presença é silenciosa, mas muito poderosa.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cerridwen e seu Caldeirão


A Deusa Cerridwen era a grande Anciã de Gales. Era associada à Lua, ao caldeirão mágico e aos grãos. Todos os verdadeiros Bardos celtas dizem ter dela nascido; de fato, os Bardos galeses, como um todo, se auto denominavam Cerddorion (os filhos de Cerridwen). Diz-se que beber de seu caldeirão mágico confere a maior inspiração e talento a poetas e músicos. A jornada ao caldeirão era parte da iniciação de um Bardo, e era uma jornada perigosa, como pode ser visto na lenda de Taliesin.
Taliesin inicia sua vida como Gwion Bach. Aindo enquanto jovem, Gwion Bach vagava pelo norte de Gales. Subitamente, ele se funod no fundo do lago de Bala, onde viviam o gigante Tegid e sua esposa Cerridwen. A Deusa possuía dois filhos, um garoto e uma garota. A garota era muito bela, mas o garoto era extremamente feio. Cerridwen estava então preparando uma poção para que seu filho fosse muito sábio. Ela pediu para que Gwion a ajudasse mexendo o caldeirão que continha a poção. Ele mexeu por um ano e um dia até que só houvesse três gotas restando. As gotas ferventes pularam para seu dedo; instintivamente, ele levou o dedo queimado à boca e percebeu instantaneamente todo o terrível poder de Cerridwen. Ele então fugiu do lago em terror.
Furiosa, Cerridwen saiu em seu encalço. Numa tentativa de escapar da Deusa, Gwion se transformou diversas vezes, assumindo várias formas. Cerridwen o seguia, também ela se metamorfoseando, até finalmente comê-lo quando este assumira a forma de um grão de milho e Ela de uma galinha.
Nove meses depois ela deu à luz um menino, o qual lançou ao mar num barquinho.
Elphin, filho de um rico proprietário de terras, salvou o bebê e lhe deu o nome de Taliesin (semblante radiante). A criança reteve todo o conhecimento e sabedoria adquiridos pela poção e cresceu para tornar-se um talentoso e importane bardo.
Seu sacerdote só pode ensinar os fundamentos, os primeiros passos no caminho da individuação, da iluminação. Mais o caminho até o casamento sagrado é você quem faz no seu relacionamento diário com a deusa. Apenas a sua União diurma com ela em suas epifanias te trará o verdadeiro conhecimento. Ninguém poderá te dar. A base ritualística é passada por gerações mais a fé só você pode alimentar. Durante 21 anos um mestre é formado mais ele só dará seu saber 1 ano e 1 dia - todo o resto é seu.

domingo, 4 de abril de 2010

De barro somos


Conforme acreditavam os antigos sumérios, o mundo era terra entre dois rios e também entre dois céus.
No céu de cima, viviam os Deuses que mandavam.
No céu de baixo, os deuses que trabalhavam.
E foi assim, até que os deuses de baixo se cansaram de viver trabalhando, e começou a primeira greve da história universal.
Houve pânico.
Para não morrer de fome, os deuses de cima amassaram homens e mulheres de barro, e os puseram prara trabalhar para eles.
As mulheres e os homens foram nascidos nas margens dos rios Tigre e Eufrates.
Desse barro foram feitos, também, os livros que contam essa história.
Conforme está dito nesses livros, morrer significa regressar ao barro.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Em busca do Santo Graal


A palavra Graal, etimologicamente, vem do latim tardio “gradalis” ou “gratalis”, que deriva do latim clássico, “crater”, vaso.
O Graal é a visão do divino, é a unidade cósmica reencontrada que deveria ser realizada na ligação alquímica do próprio ser, na Sancta Sanctorum da alma humana. A circunferência do centro equivale ao passo do exterior para o interior, a forma da contemplação, da multiplicidade da unidade.

No antigo Egito, aparece sobre a cabeça de boi Apis um vaso pirogênio, que se chamava "Gradal". O Cálice representa o coração do homem, órgão que para os antigos era o centro do Conhecimento, lugar de radicaçõ da chispa ou partícula divina que todo homem leva dentro de si. O despertar desse Fogo daria ao homem a iluminação necessária para unir-se com a essência de onde provém.
O Graal conserva-se oculto às pessoas comuns; chega-se a ele batalhando numa longa peregrinação e o consegue por meio de alimento espiritual reservado a uma Irmandade de Eleitos, da qual participa a Presença Divina. Todo caminho é pessoal, já que cada um se alimenta com o que necessita e faz o esforço devido pra conseguir ver, sentir e reinar Deus em seu próprio coração.


"A realização ou superação de cada um efetua-se por meio de uma atividade, que normalmente é interna, pois se exerce a partir do centro de cada plano". René Guenon

quarta-feira, 24 de março de 2010

O caminho


Por sermos limitados e imperfeitos, não podemos revelar o Infinito em sua totalidade. E porque estamos aprisionados no plano da forma, só podemos conceber o que é Amorfo na medida em que as mentes habituadas às formas podem imaginá-lo.
E isso, não é uma grande evolução. Nós, que somos homens e mulheres e que queremos conhecer Deus na medida em que ele se manifesta na Natureza - nós vemos o semblante luminoso do Eterno nas belas formas dos Deuses. E dessa maneira, aprendemos mais e podemos realizar mais do que se lutássemos por captar essências abstratas que nos iludem.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pensamentos meus


Não cairei nesse abismo
Nem envolverei meus impulsos entre meus desejos insanos

Serei o que ainda não fui

Procurando aquilo que tanto suplico

Sem menosprezar parte alguma do meu Ser.

Não quero ídolos

Nem atritos

Quero ser livre, ter asas para voar

Não aceito ordens dos fracos

Nem tão pouco dos fortes

Não vou renunciar nenhuma parte de mim

Voarei com o tempo que não voa

Deixando-me aqui

Errante

Pensante

sexta-feira, 19 de março de 2010

Hierofania


O homem ocidental moderno experimenta um certo mal estar diante de inúmeras formas de manifestações do sagrado: é difícil para ele aceitar que, para certos seres humanos, o sagrado possa manifestar-se em pedras ou árvores, por exemplo. Mas, como não tardaremos a ver, não se trata de uma veneração da pedra como pedra, de um culto da árvore como árvore. A pedra sagrada, a árvore sagrada não são adoradas com pedra ou como árvore, mas justamente porque são hierofanias, porque “revelam” algo que já não é nem pedra, nem árvore, mas o sagrado, o ganz andere.
Para aqueles que têm uma experiência religiosa, toda a Natureza é suscetível de revelar-se como sacralidade cósmica. O Cosmos, na sua totalidade, pode tornar-se uma hierofania.

terça-feira, 16 de março de 2010

Última Deusa


Foram-se os deuses, foram-se, em verdade;
Mas das deusas alguma existe, alguma
Que tem teu ar, a tua majestade,
Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.


Ao ver-te com esse andar de divindade,
Como cercada de invisível bruma,
A gente à crença antiga se acostuma
E do Olimpo se lembra com saudade.


De lá trouxeste o olhar sereno e garço,
O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto,
Rútilo rola o teu cabelo esparso...
Pisas alheia terra... Essa tristeza
Que possuis é de estátua que ora extinto
Sente o culto da forma e da beleza.



Alberto de Oliveira

sábado, 13 de março de 2010

Um pensamento





"Muitos não assumem o problema para si mesmos,
não para o recôndito de sua própria mente, mas
para o primeiro grupo de pessoas que encontram."


O Reino dos Deuses está dentro de nós.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Por amor


Quando o corpo de uma mulher é transformado num altar para o culto a Deusa, que é toda beleza e vida magnética; quando o homem se entrega num culto, num sacrifício, sem reter nenhuma parte do preço, mas entregando-se por amor, por ver em sua parceira a sacerdotisa que serve com ele no culto; nesse caso, evocada pelos seus adoradores, a Deusa entra no templo com pombas voando ao seu redor. É porque não temos fé que não vemos a Deusa por trás da mulher e não a invocamos. E é porque as mulheres não compreenderam a santidade da Grande Mãe que elas não têm respeito pelas dádivas que entregam ao homem.

terça-feira, 9 de março de 2010

Somos um só


Aprende agora o segredo da teia que é tecida entre a luz e a escuridão, cuja urdidura é a vida evoluindo no tempo e no espaço, e cuja trama é tecida com a vida dos homens.
Considera que surgimos com a aurora do tempo a partir do mar cinzento e enevoado; considera que, com o anoitecer, mergulhamos no mar do ocidente, e que as vidas de um homem são ligadas, como as pérolas são enfiadas no fio de seu espírito. E nunca, em toda a sua viagem, ele vai só, pois o que está solitário se corrompe.
Aprende agora o mistério das marés cheia e vazante. O que é dinâmico no exterior é latente no interior, pois o que está acima é o que está embaixo, mas de outra forma.


"Nunca entenderá as coisas enquanto não confiar nela, pois você inibe de que duvida".

sexta-feira, 5 de março de 2010

Conexão com o Divino




Respire em mim...fundo,
Para que eu respire...e viva.
E me abrace apertado para eu dormir
Suavemente segura por tudo que você me dá.


Venha me beijar, vento, e tire meu fÔlego
Até que você e eu sejamos um só,
E dançaremos entre túmulos
Até que toda morte se vá.


E ninguém sabe que existimos
Nos braços um do outro
A não ser Aquele que soprou o hálito
Que me esconde livre do mal.


Venha me beijar, vento, e tire meu fôlego
Até que você e eu sejamos um só,
E dançaremos entre túmulos
Até que toda a morte se vá.


quarta-feira, 3 de março de 2010

O lado negro


Em minha opinião, uma das coisas que não consigo tolerar é o preço de se sentir culpado. A culpa é uma “indigestão” na mente humana. Qualquer Ser Humano encarnado na Terra, foi e será capaz sempre das maiores crueldades, mesmo que elas sejam intrísecas. Em diversas mitologias temos sempre um Deus ou uma Deusa sanguinária, capaz de destruir seus inimigos até que virem pó como, por exemplo, a Deusa Kali.

KALI, tem o corpo negro, seu rosto é vermelho e carrega uma espada invencível. Seu cabelo é longo e totalmente desalinhado e pode ser vista nua, indicando sua liberdade e independência. Ela tem olhos sedentos de sangue, uma boca com dentes grandes e afiados, mostrando sua enorme língua. Ela tem um colar com 50 cabeças humanas decepadas, representando as letras do alfabeto Sânscrito, seus brincos são corpos de anjos, indicando que Ela está acima da luxúria. Ela tem cobras enroladas em seus vários braços e no pescoço que são usadas como armas para matar suas vítimas.
Usar o lado negro da balança é uma opção que todo Mago, no caminho da Iluminação, tem. E usar uma personificação de uma Deusa Negra, cultuá-la, significa realmente que estamos fazendo o mal? Ou estamos nos deparando com aquilo que mais temos medo, nós mesmos?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Escrever sim


Ganesha é barrigudo, de tantos caramelos, e tem orelhas e tromba de elefante. Mas escreve com mãos de gente.
Ele é mestre de iniciações, aquele que ajuda as pessoas a começarem suas obras. Sem ele, nada na Índia teria começo. Na arte da escrita, e em todo o resto, o começo é o mais importante. Qualquer princípio é um grandioso momento de vida, ensina Ganesha, e as principais palavras de uma carta ou de um livro são tão fundadoras como os primeiros tijolos de uma casa ou de um templo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Parábola do Grande Inquisidor


Quando o século XV dava lugar ao XVI, Jesus voltou. Reapareceu na Espanha, nas ruas de Sevilha. Nenhuma fanfarra saudou seu advento, nem coros de anjos, nem espetáculos sobrenaturais, nem extravagantes fenômenos meteorológicos. Ao contrário, ele chegou “de mansinho” e “sem ser visto”. No entanto, vários passantes o reconheceram, sentiram uma irresistível atração para ele, cercaram-no, amontoaram-se à sua volta, seguiram-no. Jesus andou com toda modéstia entre eles, um suave sorriso de “inefável misericórdia” nos lábios, estendeu-lhes as mãos, concedeu-lhes sua benção; e um velho na multidão, cego de infância, milagrosamente recuperou o dom da visão. A multidão chorou e beijou o chão a seus pés, enquanto jogavam flores à sua frente, cantavam e erguiam as vozes em hosanas.
Nos degraus da catedral, um préstito em prantos conduzia para dentro um caixãozinho aberto. Em seu interior, quase escondida pelas flores, jazia uma criança de sete anos, filha única de um cidadão importante. Exortada pela multidão, a mãe enlutada voltou-se para o recém-chegado e implorou-lhe que trouxesse de volta a menina morta. O cortejo fúnebre parou, e o caixão foi deposto ais pés dele nos degraus da catedral.
- Levanta-te, donzela! – ele ordenou em voz baixa, e a menina logo se pôs sentada, olhando em volta e sorrindo, os olhos arregalados de espanto, ainda a segurar o buquê de rosas brancas que fora colocado em suas mãos.
Esse milagre foi testemunhado pelo cardeal e Grande Inquisidor da cidade, quando passava com seu séquito de guarda-costas – “um velho, de quase noventa anos, alto e empertigado de estatura, com uma cara enrugada e olhos muito fundos, nos quais, no entanto, ardia um brilho de luz. Tal era o terror que ele inspirava que a multidão, apesar das circunstâncias extraordinárias, caiu em diferente silêncio e abriu-se para dar-lhe passagem. Tampouco, o recém chegado foi sumariamente preso pelos guarda – costas e levado para a prisão.

O verdadeiro significado da parábola está no que vem depois do dramático prelúdio. Pois o leitor espera, claro, que o Grande Inquisidor fique devidamente horrorizado ao saber da verdadeira identidade do seu prisioneiro. Não é isso, porém, que acontece.

Quando ele visita Jesus na cela, está claro que sabe muitíssimo bem quem é o prisioneiro; mas esse conhecimento não o detém. Durante o prolongado debate filosófico que se segue, o velho permanece inflexível em sua posição. Nas escrituras, Jesus é tentado pelo demônio no deserto com a perspectiva de poder, autoridade, domínio secular ou temporal sobre o mundo. Agora, um milênio e meio depois, ele se vê diante exatamente das mesmas tentações. Quando resiste a elas, o Grande Inquisidor o manda para a estaca.
Jesus reage dando no velho um beijo de perdão. Arrepiando-se, o beijo “ardendo no coração”, o velho abre a porta da cela:
- Vai-te - ordena – e não voltes mais. Não voltes nunca, nunca mais!
Libertado na escuridão, o prisioneiro desaparece, para jamais tornar a ser visto. E o grande Inquisidor, com plena consciência do que acabou de acontecer, continua apegado aos seus princípios, a impor seu reinado de terror, a sentenciar outras vítimas – muitas vezes claramente inocentes – às chamas.
Como se pode ver neste resumo um tanto simplificado, o Grande Inquisidor de Dostoiévski não é nenhum tolo. Ao contrário, sabe muito bem o que está fazendo. Sabe que carrega uma onerosa e debilitante responsabilidade sobe os velhos ombros – a de manter o poder civil, o status da Igreja fundada em nome do homem que havia pouco ele estava disposto a condenar à execução. Sabe que a Igreja fundada em nome daquele homem é em última análise incompatível com as doutrinas do mesmo homem. Sabe que a Igreja se tornou autônoma, a proverbial lei em si, não mais dando a César o que é de César, mas usurpando-o, presidindo seu próprio império.
Desde que Os Irmãos Karamázovi foi publicado e traduzido, o Grande Inquisidor de Dostoévski gravou-se em nossa consciência como a imagem e a encarnação definitivas da Inquisição.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A responsabilidade sócio-política e espiritual dos Magos


Eliphas Lévi disse: SABER, OUSAR, QUERER e CALAR. Esses são os quatro verbos que sintetizam a conduta recomendável para qualquer seguidor da Arte. Essas são as principais chaves para vivermos de forma digna, nessa estrada que quanto mais se caminha, mais se descobre o que há por trás da penumbra.
Ser um Mago é muito mais que botar um pentagrama no pescoço e se vestir de preto. Está muito além de fórmulas e encantamentos inseridos em livros, e que despertam o interesse de tantos neófitos e/ ou iniciantes.
Temos que zelar primeiramente, pelo equilíbrio e bem-estar da sociedade. Somos conectados a Natureza 24h por dia. Somos uma imensa teia, uma única voz, um único Deus (a).
Tá na hora de abrirmos os olhos e trabalharmos em conjunto. A individualidade está acabando com os Seres Humanos. Está, a cada dia, desfazendo o elo entre HUMANOS e DEUSES. Estamos sendo controlados por massas extremamente dominadoras, que tiram o conhecimento de nossas mãos, da nossa forma de pensar. Pois, quando queremos pensar, o mundo do entretenimento já nos deu a resposta de uma forma bastante vulgar.
Se você é capaz de mudar o seu destino e o destino “do outro”, então, você será capaz de adquirir sempre uma sabedoria que poucos conseguem obter.

Quem acende uma luz é o primeiro a beneficiar-se com a claridade.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Grande Deusa Mãe


Durante os últimos três milênios, as principais correntes religiosas do mundo ressaltaram o princípio masculino. Apesar das muitas diferenças entre o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, cada uma delas têm num homem sua mais alta ou única divindade.
Mas essas religiões são relativamente novas no cenário mundial. A veneração à Deusa pode ser encontrada durante os primeiros períodos do Neolítico, há algumas dezenas de milhares de anos. Há quem se referia às estátuas de Vênus dos períodos Paleolítico, há uns 30 mil anos..
Nas tradições antigas, tanto o homem quanto a mulher cultuavam uma Grande Mãe, uma Grande Deusa que era a mãe tanto de filhas divinas quanto de filhos divinos.
Aos resgatarmos essas tradições antigas, estamos também resgastando a consciência de que as mulheres e os homens podem trabalhar em parceria, que podemos honrar o princípio feminino em ambos os sexos e que a paz não é um sonho utópico. Estamos cada vez mais conscientes de que tanto a mulher quanto o homem poderiam ser mais gentis e piedosos, governados pelo que a socióloga Jessie Bernard chama de um "ethos feminino de amor/dever."





Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?



Indicação de leitura: O novo despertar da Deusa - Shirley Nicholson